Quase metade dos brasileiros não tem reserva para imprevistos, revela pesquisa Datafolha
Saiba por que 43% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro para emergências e o impacto desse cenário no planejamento financeiro nacional.
ECONOMIA
Um desafio cotidiano para a maioria dos brasileiros
Pesquisa Datafolha revelou que 43% dos brasileiros não têm dinheiro guardado para emergências, mesmo que 59% se consideram financeiramente planejados. No último ano, 84% enfrentaram situações inesperadas, como atrasos em contas, empréstimos ou negativação de nome, mostrando que a vulnerabilidade financeira é comum. Esses dados indicam uma realidade alarmante, onde muitos se veem sem uma rede de segurança que poderia protegê-los de adversidades financeiras. A falta de um fundo de emergência pode levar a um ciclo vicioso de endividamento, tornando ainda mais difícil a capacidade de lidar com imprevistos. Portanto, a necessidade de conscientização sobre a importância de economizar é mais crucial do que nunca.
A influência do parcelamento e a falsa sensação de renda ilimitada
Segundo o estrategista Michael Viriato, a percepção equivocada de renda contínua e o uso frequente de parcelamentos “sem juros” mascaram o comprometimento real da renda futura. Embora pareça uma vantagem, esse tipo de compra embute custos que comprometem o orçamento a longo prazo, dificultando a criação de reserva. O fácil acesso ao crédito pode levar a uma mentalidade de consumo irresponsável, onde o imediatismo se sobrepõe ao planejamento financeiro. Isso gera um ciclo onde a satisfação instantânea prejudica a segurança financeira futura, e muitos acabam presos em um labirinto de dívidas que se tornam cada vez mais difíceis de escapar.
Dificuldades sem equilíbrio das contas e planejamento futuro
Quatro em cada dez brasileiros conseguem pagar as contas, mas sem sobras para economizar, enquanto 19% têm dificuldade em quitar todas as despesas. Embora 64% planejem os gastos mensais, o planejamento de longo prazo é deficitário, e mais de 40% não possuem reserva de emergência, especialmente na classe C, onde esse percentual chega a 78%. Essa falta de segurança financeira pode ter impactos profundos na qualidade de vida, limitando oportunidades de investimento em educação, saúde e bem-estar. A educação financeira, portanto, precisa ser uma prioridade, capacitando os indivíduos a fazer escolhas mais informadas sobre seu dinheiro e seu futuro.
A escassez de apoio profissional em finanças pessoais
Apesar das dificuldades, apenas 2% dos brasileiros contrataram planejadores financeiros, embora 49% considerem a possibilidade de buscar ajuda. A ausência de orientação financeira contribui para a baixa preparação para imprevistos e objetivos futuros, comprometendo a estabilidade econômica individual e familiar. Essa falta de apoio pode ser um fator limitante no desenvolvimento de estratégias financeiras sólidas e eficazes. Criar uma cultura de consultoria financeira acessível e abrangente é fundamental, pois ajuda as pessoas a compreender melhor suas finanças e a traçar um caminho claro para a segurança financeira.
Fonte de pesquisa: Datafolha, Michael Viriato (Casa Investidor)
Foto: Reprodução própria