Planeta em alerta: por que cientistas dizem que a Terra está perdendo sua capacidade de absorver carbono
Florestas, solos e oceanos — as “esponjas naturais” que absorvem o excesso de carbono — estão falhando. Cientistas identificam que a Terra pode estar entrando num ciclo perigoso de aquecimento acelerado, caso o sistema de absorção natural continue a se enfraquecer.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA


A evidência que acende o alarme
Pesquisas recentes mostram que os sumidouros naturais de carbono — florestas, solos e ecossistemas terrestres — absorveram praticamente nada em 2023, depois de desempenharem esse papel por décadas.
Por exemplo, um estudo francês indica que tais sistemas captaram entre 1,5 e 2,6 bilhões de toneladas de CO₂ em 2023, bem abaixo da média de ~7,3 bilhões de toneladas dos últimos anos.
Outro relatório alerta que esse enfraquecimento das “esponjas” naturais coloca em risco os limites climáticos seguros da Terra.
Por que isso está acontecendo
Estresse ambiental crescente
Calor extremo, secas prolongadas, incêndios florestais e degelo estão afetando diretamente a capacidade da vegetação e solos de captarem carbono.
A lógica da retroalimentação
Quando florestas queimam ou morrem, liberam carbono ao invés de absorver. Esse efeito + a menor absorção significa que o excesso de CO₂ permanece mais tempo na atmosfera, acelerando o aquecimento.
A limitação dos ecossistemas
Embora os oceanos ainda absorvam carbono considerável, sua capacidade também está sendo questionada porque as águas mais quentes absorvem menos CO₂.
As implicações para o clima e para todos nós
Se os sumidouros naturais falham, o mundo precisa reduzir mais rapidamente as emissões para compensar — ou o aquecimento pode ultrapassar 1,5 °C ou 2 °C. (Grist)
Países que dependem de “compensações” de carbono naturais — florestas, solos — podem ver seus esforços de mitigação comprometerem.
Para o cidadão comum: mais risco de eventos extremos, aumento de custo para adaptação e urgência em políticas públicas mais fortes.
O que precisa mudar — e rápido
Expandir a proteção e recuperação de ecossistemas naturais: reflorestamento, solos saudáveis, preservação de biomas críticos.
Investir em tecnologias de remoção de carbono que não dependam somente da natureza.
Reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa — o tempo está menor para esperar.
Monitorar e adaptar políticas de forma ágil: se as “soluções naturais” estão falhando, o plano B deve estar pronto.
Fontes de pesquisa: The Guardian, Carbon Herald
Foto: Reprodução própria
