Ovo de dinossauro intacto com 70 milhões de anos é encontrado na Patagônia
Um fóssil raríssimo apareceu na Patagônia argentina: um ovo de dinossauro carnívoro quase perfeito, conservado desde o fim do Cretáceo. O achado pode revelar segredos sobre embryologia dos terópodes e a origem das aves.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA


A descoberta surpreendente
Pesquisadores da expedição “Cretácica I” identificaram, em uma área da província de Río Negro, Patagônia argentina, um ovo fossilizado que data de cerca de 70 milhões de anos.
O momento ganhou repercussão porque o achado foi transmitido ao vivo via YouTube em 7 de outubro de 2025, algo incomum em paleontologia.
Segundo divulgação, o ovo pertence provavelmente a um dinossauro terópode — o grupo que inclui espécies como o Tyrannosaurus rex ou o Velociraptor — e está em estado de preservação “quase perfeito” ou “intacto”.
O que torna o achado tão especial
Encontrar ovos de dinossauros carnivoros é extremamente raro, pois as cascas desses ovos tendem a ser mais finas e menos resistentes à erosão ao longo dos milhões de anos.
A possibilidade de haver um embrião preservado dentro desse ovo abre portas para estudos microanatômicos de desenvolvimento de dinossauros — algo até agora observado em muito poucos casos.
Além da conservação, o fato de o local ser a Patagônia — região reconhecida como “berço” de fósseis do final do Cretáceo — acrescenta valor científico, pois permite entender como vivia a fauna nessa parte do antigo Gondwana.
Os métodos de análise e o que está por vir
Os pesquisadores planejam submeter o ovo a micro-tomografias de alta resolução, buscando mapear o interior sem danificar a estrutura. Caso confirmem a presença de embrião, poderão definir estágio de desenvolvimento, espécie provável e compreender a relação entre dinossauros e aves modernas. CNN Brasil
Além disso, análise da casca, textura e composição química pode revelar detalhes sobre clima, ambiente de nidificação e comportamento reprodutivo dos dinossauros dessa época.
Implicações para paleontologia e biologia evolutiva
Este achado pode alterar ou reforçar teorias importantes:
A transição entre dinossauros terópodes e aves modernas: ovos e embriões são peças fundamentais nessa história evolutiva.
Comportamento de nidificação: perceber se esses dinossauros cuidavam dos ovos, temperatura de incubação etc.
Paleogeografia: entender como era a vida no fim do Cretáceo na Patagônia e como grupos isolados evoluíram ali.
Os desafios e incógnitas
Embora o achado seja promissor, há cautela entre os cientistas:
Mesmo que a casca esteja preservada, não há garantia de que exista embrião ou que este esteja intacto. CNN Brasil
Datação precisa, associação exata ao grupo de dinossauro e ambiente original de nidificação ainda precisam de confirmação.
Interpretar fósseis desse tipo exige grande cuidado para não fazer generalizações precipitadas.
A descoberta de um ovo de dinossauro intacto de 70 milhões de anos na Patagônia representa um marco na paleontologia moderna. Mais do que curiosidade, é um portal para entender desenvolvimento, ecossistema, evolução e comportamento de animais que dominaram a Terra milhões de anos antes de nós.
Se ele contiver embrião, as revelações podem ser ainda maiores — para agora, ficamos com a imagem poderosa de um pequeno ovo que sobreviveu ao tempo como testemunho de um mundo perfeitamente diferente.
Fonte de pesquisa: Revista Oeste
Foto: Youtube/Veo Notícias/Reprocução
