Órgãos em Chips: A Revolução na Pesquisa de Medicamentos e na Medicina Personalizada

Conheça como pequenas réplicas de órgãos humanos estão acelerando testes de remédios, reduzindo o uso de animais e trazendo mais precisão na luta contra doenças.

SAÚDE E TECNOLOGIA

10/23/20252 min ler

person holding orange and white toothbrush
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O desenvolvimento de novos medicamentos sempre foi um processo longo, caro e complexo. Tradicionalmente, envolve etapas in vitro (células cultivadas em placas de laboratório), in vivo (testes em animais como camundongos, coelhos e cachorros) e, só depois de anos, testes em seres humanos. Mas esse cenário está mudando rapidamente graças à tecnologia de órgãos em chips — dispositivos miniaturizados que imitam órgãos humanos de forma precisa.

Por que os órgãos em chips são revolucionários

Os testes em animais, embora ainda essenciais em muitas pesquisas, nem sempre refletem o que acontece no corpo humano. Um medicamento pode parecer seguro em animais, mas ser ineficaz ou prejudicial em pessoas. É aí que entram os órgãos em chips: microchips contendo células vivas de órgãos e vasos sanguíneos humanos, capazes de reproduzir funções complexas do corpo humano.

Com isso, é possível estudar doenças e medicamentos de forma mais precisa e personalizada, reduzindo drasticamente a necessidade de testes em animais e acelerando o tempo de desenvolvimento de novos tratamentos.

Benefícios principais:

  • Resultados mais próximos do comportamento humano real

  • Possibilidade de testar doenças específicas, como pulmonares ou renais

  • Menor uso de animais vivos

  • Redução do tempo para levar medicamentos ao mercado

Como funciona a tecnologia

Os órgãos em chips são formados por tecidos naturais em miniatura, conectados a microcanais que simulam fluxo sanguíneo e transporte de nutrientes. Alguns modelos avançados permitem até conectar múltiplos órgãos em um único chip, possibilitando o estudo de interações complexas, como como fígado e rim processam medicamentos juntos.

O Wyss Institute, da Universidade de Harvard, desenvolveu modelos microfisiológicos de pulmão, fígado, intestino, rim, pele, medula óssea e até sistema reprodutor. A empresa Emulate, Inc., originada desse instituto, leva essa tecnologia para o mercado, investigando doenças como gripe, Covid-19, desnutrição e efeitos da radiação.

Uma breve história do primeiro órgão em chip

O primeiro pulmão em chip surgiu há pouco mais de 20 anos, graças ao químico Suichi Takayama e ao bioengenheiro Dan Huh. Observando como vírus e substâncias tóxicas afetavam o pulmão humano, eles conseguiram criar um modelo funcional que reproduzia respostas reais do órgão — abrindo caminho para toda uma nova geração de pesquisas biomédicas.

O futuro da medicina com órgãos em chips

Essa tecnologia não é apenas uma alternativa aos testes em animais. Ela representa uma nova era da medicina personalizada, em que tratamentos podem ser testados e adaptados para cada paciente individualmente. Com chips cada vez mais sofisticados, poderemos, em breve, simular doenças complexas, testar medicamentos de forma segura e até estudar interações entre diferentes órgãos humanos — tudo em laboratório.

A expectativa é que, nos próximos anos, os órgãos em chips se tornem rotina na pesquisa biomédica, tornando o desenvolvimento de medicamentos mais rápido, seguro e eficiente. Além disso, ajudam a reduzir significativamente os impactos éticos de testes em animais, enquanto aproximam a ciência de soluções mais humanas e precisas para tratar doenças.

Foto: Reprodução própria

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