Imposto de Renda 2025: Nova Isenção Alivia Baixa Renda e Pressiona Classe Média
Com a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até dois salários mínimos, milhões de brasileiros deixam de pagar IR. A medida busca justiça fiscal, mas levanta debates sobre impacto no orçamento e equilíbrio entre as faixas de renda.
ECONOMIA


O que motivou a mudança?
A tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) estava defasada há anos, sem correções compatíveis com a inflação. Essa situação problemática fazia com que trabalhadores com rendimentos relativamente baixos fossem tributados, o que reduzia o poder de compra da população e aumentava a desigualdade. A nova medida busca corrigir essa distorção histórica, promovendo maior justiça fiscal, reformulando a estrutura tributária e beneficiando uma maior parcela da população.
Impacto direto no bolso do trabalhador
Com a nova faixa de isenção para quem ganha até R$ 2.824, milhões de brasileiros agora deixam de pagar imposto. Isso representa uma mudança significativa para muitos, pois, na prática, significa mais recursos disponíveis no final do mês e, consequentemente, um impacto positivo na qualidade de vida. Além disso, essa mudança fiscal representa:
Mais dinheiro disponível para consumo ou poupança, permitindo que as famílias possam se sentir mais seguras para planejar compras ou investimentos.
Redução da carga tributária para os mais pobres, garantindo que aqueles que têm menos recursos não sejam sobrecarregados por impostos excessivos.
Estímulo à formalização, já que trabalhadores informais, muitas vezes marginalizados, podem se sentir mais seguros para declarar renda e se regularizar, promovendo uma economia mais robusta e justa.
E as outras faixas?
Apesar do avanço significativo, as faixas seguintes da tabela não foram reajustadas proporcionalmente, o que gera um efeito conhecido como “fiscal drag” (ou “armadilha da inflação”). Isso significa que, mesmo com os ajustes, trabalhadores que tiveram pequenos aumentos salariais podem acabar sendo empurrados para faixas mais altas de tributação, impactando negativamente suas finanças. Essa situação provoca uma sensação de injustiça entre os contribuintes, pois muitas vezes os trabalhadores que se esforçam para ter uma renda um pouco melhor acabam sendo penalizados por isso. Além disso, a classe média formalizada sente que está arcando com uma parcela maior da carga tributária, o que gera descontentamento e questionamentos sobre a equidade do sistema tributário.
Trabalhadores que tiveram pequenos aumentos salariais podem ser empurrados para faixas mais altas de tributação, um fenômeno que causa muita frustração, pois não representam um aumento real no poder aquisitivo.
A classe média formalizada sente que está arcando com uma parcela maior da carga tributária, levantando preocupações sobre a carga desproporcional que suporta em relação aos seus rendimentos, especialmente quando os benefícios não são evidentes.
E o governo, como compensa?
A renúncia fiscal estimada com a nova isenção é de cerca de R$ 20 bilhões por ano. Para equilibrar as contas públicas, o governo pode implementar diversas estratégias e ações que visem não apenas a compensação financeira, mas também a sustentabilidade e a justiça fiscal. Dentre as possibilidades, destacam-se:
Aumentar a arrecadação em outras áreas, como taxação de grandes fortunas ou lucros e dividendos, assegurando que os que mais têm contribuam de forma justa para o bem coletivo.
Reduzir gastos em áreas menos prioritárias, possibilitando uma readequação da aplicação dos recursos públicos em áreas que realmente importem à população.
Apostar no crescimento econômico, que pode ampliar a base de arrecadação e gerar um círculo virtuoso de desenvolvimento e melhoria nas condições de vida da população.
Caminho para uma reforma mais ampla
Especialistas defendem que essa medida seja apenas o primeiro passo de uma reforma tributária mais profunda, que inclua:
Correção integral da tabela do IR, para assegurar uma abordagem mais justa para todos os cidadãos, levando em consideração os reais custos de vida.
Tributação mais justa sobre rendimentos de capital, de modo que as diferentes formas de geração de renda sejam tratadas de maneira equânime dentro do sistema tributário.
Simplificação do sistema para reduzir burocracia, facilitando o entendimento e a adesão dos contribuintes às normas fiscais.
Fonte de pesquisa: Senado Federal
Foto: Reprodução própria
