Cientistas do James Webb Space Telescope descobrem possíveis primeiras estrelas do universo — a 13 bilhões de anos-luz

Astrônomos usando o James Webb detectaram sinais que podem ser da chamada geração primordial de estrelas — as Population III stars — há cerca de 13 bilhões de anos-luz da Terra. A descoberta abre uma janela para os primórdios do universo, mas ainda está envolta em incertezas.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

11/13/20252 min ler

Uma jornada aos primeiros raios de luz

Utilizando lentes gravitacionais e a sensibilidade infravermelha do Webb, os pesquisadores identificaram uma galáxia ultra-débil chamada LAP1‑B, localizada a aproximadamente 13 bilhões de anos-luz, que exibe características químicas extremamente primitivas — pouco oxigênio, quase inexistência de metais, e uma radiação intensa que indica estrelas massivas e jovens.
O espectro revela uma abundância de carbono em relação ao oxigênio atípica para galáxias “normais”, alinhando-se aos modelos teóricos de estrelas sem metal (metais aqui são todos os elementos além de hidrogênio e hélio).
Se confirmado, esse achado seria uma das poucas pistas diretas sobre as primeiras estrelas — aquelas que emergiram quando o universo tinha algumas centenas de milhões de anos, antes de qualquer metal ter sido produzido em supernovas.

Por que esse achado é tão significativo

Evidência de origem estelar

Essas possíveis Population III ajudam a entender como a luz estrelada começou no universo, como os átomos mais leves deram lugar aos elementos mais pesados e como as primeiras galáxias cresceram e se fundiram.

Reescrever o início da história cósmica

Ao enxergar tão longe no tempo (13 bilhões de anos-luz correspondem a um universo jovem), estamos olhando quase para o “alvorecer” das estrelas. Isso significa que muitas teorias de evolução estelar, formação de galáxias e enriquecimento químico poderão ser atualizadas.

Tecnologia como chave de acesso

Sem o James Webb, esses objetos estariam fora de alcance. A combinação de resolução, sensibilidade infravermelha e fenômenos de lente gravitacional permite ver “onde ninguém nunca viu” antes.

As incertezas que acompanham o brilho inicial

  • A identificação ainda não é conclusiva: os pesquisadores alertam que mais dados são necessários para confirmar que essas estrelas são efetivamente da geração primordial, e não apenas sistemas extremamente jovens ou com composição atípica.

  • Lentes gravitacionais ajudam a amplificar o sinal, mas também complicam a interpretação dos dados — defeitos de modelo, distorções ou contaminações podem afetar os resultados.

  • Mesmo que sejam as estrelas mais antigas, isso não implica que sejam as primeiras definitivas — o universo pode ter tido outros milhões de objetos semelhantes ou mais antigos que ainda não alcançamos.

O que esse achado significa para você e para o futuro do universo

  • Para entusiastas da astronomia, cada imagem e espectro representa mais que “uma galáxia distante”: é um capítulo da origem do universo sendo escrito agora.

  • Para a ciência, esse tipo de observação abre novas frentes de pesquisa — por exemplo, como o hidrogênio primordial se organizou, como os primeiros buracos negros surgiram, como a matéria escura influenciou essas etapas iniciais.

  • E mais: pode inspirar tecnologia, educação e cultura científica — mostrar que mesmo estando aqui, no Brasil, estamos ligados a descobertas que remetem ao início de tudo.

Fonte de pesquisa: Livescience

Foto: Reprodução própria

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