“Árvore Líquida”: biotecnologia de ponta que chega ao litoral e pode redefinir construções costeiras

Uma inovação tecnológica instalada no litoral paulista promete atuar como árvore viva artificial: capta CO₂, purifica o ar e fortalece legado sustentável da construção civil — combinando engenharia, biotecnologia e arquitetura.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

11/11/20252 min ler

A instalação que une concreto, algas e design costeiro

No município de Mongaguá, litoral de São Paulo, a AMEA (Associação Mongaguáense de Engenheiros e Arquitetos), em parceria com a construtora Construinova, apresentou o que chamam de “árvore líquida”: uma estrutura que simula o mecanismo de uma árvore natural por meio de tecnologia de biocatálise e fotossíntese assistida.
O equipamento utiliza água, micro-algas e sensores para capturar dióxido de carbono (CO₂) e liberar oxigênio, além de monitorar a qualidade do ar e gerar biomassa a partir do ciclo das algas.

Como funciona — a biotecnologia por trás da árvore líquida

A estrutura incorpora um sistema tubular transparente preenchido com solução aquosa onde micro-algas fotossintetizadoras vivem. Sensores inteligentes integram dados de fluxo de gases, luz e temperatura para otimizar a produção de oxigênio e retenção de CO₂.
Quando comparada a uma árvore convencional, os responsáveis afirmam que cada unidade da instalação pode equivalente capturar CO₂ de várias dezenas de árvores comuns em ambientes urbanos costeiros — o que a torna estratégica para regiões sujeitas à erosão costeira, urbanização e turismo intenso.

Impactos esperados no litoral e no setor da construção civil

  • Urbanização costeira sustentável: ao integrar essa tecnologia em construções ou praças à beira-mar, a captura de carbono e melhoria da qualidade do ar tornam-se parte do design urbano.

  • Mitigação de efeitos ambientais: regiões litorâneas enfrentam desafios como salinização, maresia-intensa e aquecimento; a presença de estruturas bio-ativas ajuda a reforçar resiliência.

  • Novo padrão para construção: a parceria com a Construinova aponta para um legado de inovação na construção civil — prédios, resorts ou infraestruturas costeiras poderão incorporar biotecnologia para performance ambiental.

Desafios e questões para resolver

Apesar da inovação, há pontos que merecem atenção:

  • Custo inicial e manutenção: sistemas com micro-algas e sensores demandam projeto, monitoramento e manutenção técnica.

  • Eficiência comprovada a longo prazo: será necessário acompanhar se a estrutura mantém desempenho constante sob condições costeiras agressivas (ventos, corrosão, sal).

  • Escalabilidade: replicar para grandes áreas urbanas costeiras exige estudo de viabilidade econômica e adaptação do sistema ao clima local.

  • Integração com concreto e arquitetura: unir biotecnologia à construção exige colaborações entre engenheiros, biólogos, arquitetos e empreiteiros.

Por que essa iniciativa é um marco para o litoral brasileiro

Enquanto muitas cidades costeiras enfrentam turismo em massa, urbanização rápida e degradação ambiental, iniciativas como essa aparecem como soluções de alta tecnologia centradas na natureza. Elas representam o futuro híbrido entre infraestrutura e ecossistema.
Para Mongaguá, tratar-se de um “legado da Construinova” aponta que a cidade pode se tornar referência regional em construção sustentável, atraindo novos investimentos, turismo de inovação e educação ambiental.

Fontes de pesquisa: Ciclo Vico, G1

A Praça do Futuro, foi o local idealizado para a instalação da Life Tree na Construinova Litoral — Foto: Divulgação/G1

Foto: Reprodução própria

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