“Árvore Líquida”: biotecnologia de ponta que chega ao litoral e pode redefinir construções costeiras
Uma inovação tecnológica instalada no litoral paulista promete atuar como árvore viva artificial: capta CO₂, purifica o ar e fortalece legado sustentável da construção civil — combinando engenharia, biotecnologia e arquitetura.
CIÊNCIA E TECNOLOGIA


A instalação que une concreto, algas e design costeiro
No município de Mongaguá, litoral de São Paulo, a AMEA (Associação Mongaguáense de Engenheiros e Arquitetos), em parceria com a construtora Construinova, apresentou o que chamam de “árvore líquida”: uma estrutura que simula o mecanismo de uma árvore natural por meio de tecnologia de biocatálise e fotossíntese assistida.
O equipamento utiliza água, micro-algas e sensores para capturar dióxido de carbono (CO₂) e liberar oxigênio, além de monitorar a qualidade do ar e gerar biomassa a partir do ciclo das algas.
Como funciona — a biotecnologia por trás da árvore líquida
A estrutura incorpora um sistema tubular transparente preenchido com solução aquosa onde micro-algas fotossintetizadoras vivem. Sensores inteligentes integram dados de fluxo de gases, luz e temperatura para otimizar a produção de oxigênio e retenção de CO₂.
Quando comparada a uma árvore convencional, os responsáveis afirmam que cada unidade da instalação pode equivalente capturar CO₂ de várias dezenas de árvores comuns em ambientes urbanos costeiros — o que a torna estratégica para regiões sujeitas à erosão costeira, urbanização e turismo intenso.
Impactos esperados no litoral e no setor da construção civil
Urbanização costeira sustentável: ao integrar essa tecnologia em construções ou praças à beira-mar, a captura de carbono e melhoria da qualidade do ar tornam-se parte do design urbano.
Mitigação de efeitos ambientais: regiões litorâneas enfrentam desafios como salinização, maresia-intensa e aquecimento; a presença de estruturas bio-ativas ajuda a reforçar resiliência.
Novo padrão para construção: a parceria com a Construinova aponta para um legado de inovação na construção civil — prédios, resorts ou infraestruturas costeiras poderão incorporar biotecnologia para performance ambiental.
Desafios e questões para resolver
Apesar da inovação, há pontos que merecem atenção:
Custo inicial e manutenção: sistemas com micro-algas e sensores demandam projeto, monitoramento e manutenção técnica.
Eficiência comprovada a longo prazo: será necessário acompanhar se a estrutura mantém desempenho constante sob condições costeiras agressivas (ventos, corrosão, sal).
Escalabilidade: replicar para grandes áreas urbanas costeiras exige estudo de viabilidade econômica e adaptação do sistema ao clima local.
Integração com concreto e arquitetura: unir biotecnologia à construção exige colaborações entre engenheiros, biólogos, arquitetos e empreiteiros.
Por que essa iniciativa é um marco para o litoral brasileiro
Enquanto muitas cidades costeiras enfrentam turismo em massa, urbanização rápida e degradação ambiental, iniciativas como essa aparecem como soluções de alta tecnologia centradas na natureza. Elas representam o futuro híbrido entre infraestrutura e ecossistema.
Para Mongaguá, tratar-se de um “legado da Construinova” aponta que a cidade pode se tornar referência regional em construção sustentável, atraindo novos investimentos, turismo de inovação e educação ambiental.
Fontes de pesquisa: Ciclo Vico, G1


A Praça do Futuro, foi o local idealizado para a instalação da Life Tree na Construinova Litoral — Foto: Divulgação/G1
Foto: Reprodução própria
