Alerta de Recessão? Banco Suíço Vê "Conclusão Alarmante" no Coração da Economia Americana
O mercado de trabalho dos EUA, tido como inabalável, pode estar à beira de um colapso, diz um relatório bombástico do UBS. Entenda por que cortes em massa de empregos em gigantes como Amazon e Target acenderam a luz vermelha e o que isso significa para a economia global. O pilar da economia está rachando.
ECONOMIA


O Ponto de Virada: Por Que o Mercado de Trabalho dos EUA Não é Mais o "Super-Herói" da Economia Global
Por meses, a economia dos Estados Unidos foi saudada pela sua resiliência diante da inflação alta e dos juros elevados. O principal motivo dessa confiança era um mercado de trabalho persistentemente forte, com baixas taxas de desemprego e a criação contínua de vagas.
No entanto, um relatório recente do banco de investimento suíço UBS pintou um quadro sombrio e, francamente, alarmante. A conclusão é que o mercado de trabalho americano, que serviu como pilar da recuperação global, pode estar em sérios apuros e representa um risco crescente tanto para as famílias quanto para a recuperação econômica mais ampla.
A Rachadura no Pilar da Resiliência
Os economistas do UBS alertam que o mercado de trabalho pode estar em um ponto de inflexão. A força na criação de empregos, que por muito tempo mascarou outros problemas econômicos, está perdendo tração.
O relatório usa uma analogia simples e eficaz para ilustrar o risco:
"Se uma banheira estiver drenando cada vez mais rápido enquanto a torneira permanece igual, o nível da água vai começar a cair. Esse é um risco material para as perspectivas econômicas."
O problema não é apenas que a "torneira" (criação de vagas) não está mais tão forte, mas que o "ralo" (cortes de empregos) está drenando cada vez mais capital humano do sistema.
Os Dados Alarmantes: Demissões em Massa Silenciosas
O risco percebido pelo UBS e outros economistas se baseia na análise de tendências de cortes de pessoal, que sugerem uma fraqueza que os números gerais de desemprego ainda não capturaram totalmente.
Grandes Demissões: Grandes empresas americanas, antes consideradas à prova de crise, estão realizando cortes substanciais:
Amazon: Cortou 14 mil cargos corporativos.
UPS: Eliminou 48 mil empregos no último ano.
Target: Dispensou quase 2 mil funcionários de uma só vez.
Embora o índice de desemprego possa parecer baixo, a realidade nas grandes corporações e entre empresas mais antigas ("consolidadas") é de cortes significativos de pessoal.
"Há um número considerável de empresas consolidadas realizando cortes significativos de pessoal. A fraqueza não está mais apenas nas startups ou em setores isolados, mas na base da economia."
O Exército Invisível de Desempregados
O relatório também chama a atenção para o número de pessoas que, embora não contem como "desempregadas" no cálculo oficial, estão fora da força de trabalho e desejam um emprego. Há milhões de americanos que não estão trabalhando, mas gostariam de estar.
O Impacto na Economia: Famílias em Risco
A principal preocupação é que o enfraquecimento do emprego atinja diretamente a capacidade de consumo das famílias. Nos Estados Unidos, o consumo é o motor de crescimento do PIB.
Risco de Efeito Dominó: Menos empregos significam menos renda. Menos renda leva a menos consumo. Menos consumo pode desencadear uma espiral negativa de recessão.
Pequenas Empresas: O otimismo entre as pequenas empresas, essenciais para a criação de vagas, está lutando para ganhar tração em meio aos temores de inflação e à contínua turbulência no cenário de contratações.
"O ciclo de riqueza é sustentado pelo emprego. Se o emprego fraqueja, todo o ciclo econômico está em risco. É a primeira linha de defesa contra uma recessão profunda."
O Que Isso Significa para o Federal Reserve (Fed)?
O banco central americano (Fed) tem mantido os juros altos para combater a inflação, apostando que o mercado de trabalho forte aguentaria o tranco. Este relatório do UBS, no entanto, coloca uma enorme pressão sobre o Fed.
Se o mercado de trabalho desmoronar, o Fed pode ser forçado a mudar rapidamente sua política monetária e começar a cortar juros para evitar uma recessão grave. Por outro lado, o risco de inflação ainda é uma ameaça.
"O Fed caminha sobre uma corda bamba: precisa matar a inflação, mas não pode matar o emprego. O diagnóstico de um 'mercado de trabalho em apuros' torna o pouso suave da economia muito mais difícil."
O futuro da política econômica americana e, por extensão, o desempenho das bolsas globais, dependerá da rapidez com que essa fraqueza no emprego se manifestar nos dados oficiais e da reação do Fed.
Fontes de pesquisa: InfoMoney (Fortune), UBS (Relatório de Investimento), Reuters
Foto: Reprodução própria
